Nota foi divulgada após entrevista de Joesley Batista à
revista 'Época'. No texto, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirma
que dono da J&F 'desfia mentiras'.
No texto, a
Presidência critica o acordo de delação premiada firmado pelo empresário e o
chama de "bandido notório" (leia a nota ao final desta reportagem).
A nota foi
divulgada após a divulgação de uma entrevista de Joesley à revista
"Época". Na reportagem, o empresário acusa o
presidente de liderar "a maior e mais perigosa organização criminosa do
Brasil" e afirma que Temer não tinha "cerimônia" para pedir
dinheiro para o PMDB.
Na nota, o
Palácio do Planalto acusa o empresário de "desfiar mentiras" na
entrevista e aponta "inverdades" que teriam sido narradas por Joesley
à revista.
"Em
entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que
tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se
encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E,
sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e
pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois", afirma a
nota.
Logo depois, o
Palácio do Planalto passa a criticar o acordo de delação premiada firmado entre
Joesley Batista e o Ministério Público Federal. Segundo a nota, os crimes
admitidos pelo empresário "somariam mais de 2000 mil anos de
detenção".
O acordo de
Joesley vem sendo criticado por diversos políticos citados nos depoimentos.
Isso porque, pelo acordo, o empresário receberá perdão judicial das ações em andamento na Lava Jato e
não será denunciado como réu em novas ações penais.
"Ao
delatar o presidente, em gravação que confesa alguns de seus pequenos delitos,
alcançou o perdão por todos seus crimes. [...] Os fatos elencados demonstram
que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história
brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e
mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça", diz a nota
de Temer.
"O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil", diz a nota.
"O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil", diz a nota.
Nota
Veja a íntegra da nota divulgada pela Presidência da
República:
Nota à Imprensa
Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro
financiamento no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4
bilhões. Em 2016, o faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183
bilhões. Relação construída com governos do passado, muito antes que o
presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de
"sucesso" é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor
Joesley Batista.
Os reais parceiros de sua trajetória de
pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente
comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes téntaculos da
organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano,
estrategicamente protegidos.
Ao bater às portas do Palácio do Jaburu depois
de 10 meses do governo Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que não se
encontrava havia mais de 10 meses com o presidente. Reclamou do Ministério da
Fazenda, do CADE, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do
Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as portas fechadas
na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa pode ouvir a
gravação da conversa na internet para comprová-lo.
Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o
banco impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo
para a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte
brasileiro. Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas
acionárias na bolsa de valores e continuava ao alcance das autoridades
brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de seu
governo.
Este fim de semana, em entrevista à revista
Época, esse senhor desfia mentiras em série.
A maior prova das inverdades desse é a própria
gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e
do Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000 mil anos de
detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas
conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento
mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do
presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus
problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos
depois.
Ao delatar o presidente, em gravação que
confesa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus
crimes. Em seguida, cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio
brasileiro comprando um bilhão de dólares e jogando contra o real, moeda que
financiou seu enriquecimento. Vendeu ações em alta, dando prejuízo aos
acionistas que acreditaram nas suas empresas. Proporcionou ao país um prejuízo
estimado em quase R$ 300 bilhões logo após vazar o conteúdo de sua delação para
obter ganhos milionários com suas especulações.
Os fatos elencados demonstram que o senhor
Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira.
Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu
patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios
crimes e preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha
prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou
bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do
faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os
impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá
metade desse prazo e pagará juros muito maiores.
O presidente tomará todas medidas cabíveis
contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal
contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação
financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da
República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou,
antes e após a delação.
Secretaria Especial de
Comunicação Social da Presidência da República
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